Análise: O talento tático de griffith em berserk foi moldado pelo destino ou por pura genialidade?
A ascensão meteórica de Griffith como comandante levanta dúvidas sobre a origem de suas vitórias em Berserk: pura estratégia ou influência do Behelit?
A figura de Griffith, o falcão branco de Berserk, permanece um dos pontos mais fascinantes e controversos da obra de Kentaro Miura. Sua liderança carismática e suas vitórias militares espetaculares são constantemente celebradas, mas recém-chegados à saga levantam uma questão crucial: seu sucesso como tático militar era intrinsecamente dele, ou ele foi um produto de uma narrativa predestinada?
Para um recém-chegado à narrativa, observando o momento dramático da transformação de Griffith em Femto, o surgimento de dúvidas sobre suas competências reais é natural. Afinal, se a sua ascensão estava ligada a um propósito maior, o uso do Behelit e a subsequente ascensão à Mão de Deus sugerem que as suas triunfos podem ter sido garantidos por uma forma de 'proteção de roteiro' cósmica.
O estrategista nato até o Eclipse
Antes da fatídica Noite da Eclipese, a Banda do Falcão era uma força marginal que, sob o comando de Griffith, conseguiu desafiar reinos estabelecidos como Midland. As táticas empregadas por ele eram notavelmente inovadoras para a época fictícia em que se situam os eventos do mangá. Ele frequentemente utilizava a mobilidade superior de sua cavalaria e um profundo entendimento da moral das tropas para superar exércitos numericamente superiores.
A capacidade de Griffith de inspirar lealdade fanática em seus subordinados, como Guts e Casca, era tão crucial para suas vitórias quanto qualquer manobra no campo de batalha. Esse ethos de liderança, que transformava soldados em cruzados obcecados por seu sonho, é um fator tático poderoso que, até certo ponto, demonstra uma inteligência incomum para a política e a guerra, independentemente de forças sobrenaturais.
A linha tênue entre destino e habilidade
O dilema central reside em separar a competência humana da intervenção metafísica. Um bom estrategista necessita de planejamento, execução e adaptabilidade. Griffith demonstrou todos esses elementos consistentemente durante a Guerra dos Cem Anos no mundo de Berserk. Contudo, a lógica narrativa impõe que sua ascensão não era apenas por mérito; era uma necessidade para o fechamento do ciclo do sacrifício e a formação da nova entidade demoníaca.
A dúvida é se o Behelit apenas forneceu a oportunidade final, ou se ele potencializou as capacidades latentes de Griffith. Se ele fosse puramente um produto da necessidade do destino, poderíamos esperar que táticas medíocres fossem compensadas por intervenções divinas ou a proteção de seu 'karma'. No entanto, suas vitórias pré-Eclipse exigem um nível de brilhantismo tático que transcende a mera sorte.
Analisar Griffith é, portanto, analisar a dualidade inerente à obra, onde a ambição humana mais pura caminha lado a lado com forças ancestrais e predestinadas. Seja qual for a resposta definitiva, seu legado como comandante militar é inegável dentro da ficção, mesmo que sua coroação final tenha sido orquestrada além de sua própria vontade.