Teoria explora ligação entre os três tesouros de kakin, a guerra de sucessão e os planos de beyond netero

Uma linha de investigação detalhada sobre os elementos centrais do arco da Guerra de Sucessão de Hunter X Hunter aponta para uma correlação profunda entre os famosos Três Tesouros de Kakin, o ciclo de sucessão real e as ambições de Beyond Netero.

Os três objetos lendários, criados pelo primeiro Rei de Kakin, possuem funções específicas: o Vaso de Kakin (Jar), capaz de gerar Bestas Nen protetoras; o Go-Shintai, que supostamente supervisiona o conflito pelo trono; e a Lâmina da Orientação Divina, destinada ao futuro monarca.

As raízes espirituais dos Tesouros

A pesquisa sobre a origem cultural desses artefatos revela paralelos intrigantes no Xintoísmo japonês. O termo Go-Shintai refere-se a objetos físicos adorados como receptáculos de espíritos ou Kami. Estes espíritos permanecem confinados, tendo sua presença acessível ao público apenas durante os Matsuri, os festivais japoneses, onde oferendas são feitas aos Kami. A palavra Matsuri, inclusive, deriva de Tatematsuru, que significa precisamente fazer oferendas.

A analogia estabelecida é marcante: se os Kami são espíritos protegidos trancados em relíquias que requerem festivais de oferendas, o universo de Hunter X Hunter apresenta Bestas Nen protetoras e um evento massivo, a travessia da Baleia Negra, que envolve o sacrifício de 200.000 passageiros.

O Ritual da Dinastia Kakin

A teoria central sugere que este ciclo de sacrifícios foi instituído pelo primeiro Rei para perpetuar e fortalecer sua dinastia. A cada geração, a Guerra de Sucessão teria o objetivo de intensificar o poder do sobrevivente. Cada príncipe possui uma Besta Nen protetora, e o único herdeiro vence o direito ao trono.

Durante seu reinado, o Rei estaria obrigado a organizar festivais, utilizando sacrifícios humanos de sua própria nação para energizar o Go-Shintai. Quanto maior o sacrifício, maior o poder acumulado. Na transição de poder, a Lâmina da Orientação Divina atuaria como catalisador, transferindo toda a energia acumulada através das oferendas passadas para a Besta Nen do novo Rei. Isso esgotaria o Go-Shintai, forçando o reinício do ciclo de festivais para carregar o ciclo seguinte.

O anúncio do atual Rei, Nasubi, sobre o sacrifício de 200.000 pessoas ganha um novo peso nesta luz: a viagem na Baleia Negra seria, na verdade, um imenso Matsuri, concebido para conferir um poder fenomenal ao futuro monarca.

A Ambição de Beyond Netero

A presença de Beyond Netero neste cenário não seria aleatória. A suposição é que ele teria conhecimento deste ritual e se aliou ao Reino de Kakin para um objetivo específico: obter acesso ao poder inerente ao Go-Shintai.

No entanto, uma condição Nen, intrínseca ao artefato, impediria que tal poder fosse usurpado por um forasteiro, limitando seu uso exclusivamente ao Rei de Kakin. É essa exclusividade ancestral que teria assegurado a longevidade do reino.

Para contornar essa barreira, Beyond teria orquestrado a infiltração de um de seus filhos na disputa, visando a ascensão legal ao trono. Um elemento crucial seria uma marca Nen aplicada na língua do herdeiro desde o nascimento. Esta marca não seria uma maldição, mas sim um mecanismo de manipulação condicional, ativado pela vitória na Guerra de Sucessão.

A complexidade reside nas regras do Nen: a aquisição do poder máximo exigiria que o ReiRecebesse a ordem de “Fazer Kakin prosperar”, um requisito para aceitar tamanha força. Ao manipular seu filho para que ele recebesse primeiro a ordem “Servir Beyond” e, sequencialmente, a ordem relativa a Kakin, Beyond criaria uma sobreposição de condições. Essa falha ou glitch no ritual de transferência de poder seria o ponto de alavancagem que permitiria a Beyond manipular o novo Rei e obter a liberdade de ir e vir no infame Continente Negro, o destino final da jornada.