A aparente traição de harald: Os elos entre elbaph, o século perdido e a fragilidade das alianças com o governo mundial

A posição de Harald, líder de Elbaph, dentro do complexo xadrez político de One Piece sempre foi vista como uma aliança sólida com o Governo Mundial, estabelecida graças aos esforços para integrar a nação dos gigantes à estrutura global. Contudo, surgem evidências ao longo do enredo que sugerem que essa lealdade, por mais significativa que tenha sido, está fadada ao colapso devido a um fator imutável: o conhecimento da História Vazia.

A aparente desaprovação ou até mesmo condenação de Imu a Harald, mesmo após a contribuição de Elbaph, parece estar intrinsecamente ligada à posse de informações proibidas. É um padrão recorrente na narrativa: não importa o quão grande seja o serviço prestado ao Governo Mundial, a descoberta dos Poneglyphs funciona como um gatilho para tensões irreconciliáveis.

O peso dos Poneglyphs em Elbaph

O ponto central da suspeita recai sobre a recém-revelada leitura de Harald sobre o Século Perdido. Com a chegada de Saul a Elbaph, mediada pelos próprios Poneglyphs, e o fato de que a ilha detém um artefato histórico de valor incalculável - o Poneglyph Vermelho da Ilha dos Homens-Peixe - a situação se torna explosiva. A simples posse desses monólitos, que narram a verdade anterior ao estabelecimento da ordem atual, faz de Harald um alvo direto do poder centralizado em Mary Geoise.

A narrativa recente tem reforçado essa tese. Em um capítulo específico, o diálogo entre Neptune e Harald toca em pontos sensíveis. Embora a conversa inicial envolva Shirahoshi e seus poderes, é fortemente insinuado que eles também discutiram Joy Boy e a natureza dos Poneglyphs, e a impossibilidade de debater tais assuntos abertamente. A queixa mútua sobre sentir “dor de cabeça” sugere um fardo compartilhado de conhecimento perigoso.

A Confiança Sob Pressão

A entrega de um artefato crucial por parte de Neptune a Harald é interpretada como um ato de confiança mútua, reconhecendo que, na Grande Era dos Piratas, Elbaph se estabeleceu como um bastião mais seguro para proteger segredos do que outras jurisdições. O líder dos gigantes estaria, portanto, sendo posicionado como guardião de verdades que o Governo Mundial sistematicamente tenta apagar.

Essa análise aponta para uma ironia trágica: a nação que mais se esforçou para ganhar a aceitação do mundo através da colaboração agora se encontra à beira do conflito por abraçar a verdade histórica. A revelação sugere que, para o poder opressor, a fidelidade política é secundária à manutenção do mistério sobre o passado, transformando Harald em um inimigo imediato por um crime de conhecimento, e não de rebelião aberta.