Análise da trajetória dos comandantes do mundo: Redenção ou retribuição no universo de one piece

A discussão sobre o destino final dos Dragões Celestiais em One Piece aponta para um caminho de libertação, e não apenas execução, alinhado ao tema central da obra.

Fã de One Piece
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10/11/2025 às 16:24

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Análise da trajetória dos comandantes do mundo: Redenção ou retribuição no universo de one piece

A trajetória futura dos Comandantes do Mundo, conhecidos como Dragões Celestiais, suscita debates intensos sobre a natureza da justiça dentro do universo de One Piece. Enquanto muitos anseiam por uma punição severa, como a execução pública, uma análise mais profunda da narrativa sugere que o destino deles será guiado pelo tema central da saga: a libertação, tanto da opressão quanto da ignorância.

A crença de que todos os membros da linhagem de sangue divino deverão ser eliminados contraria a mensagem que o criador da obra, Eiichiro Oda, consistentemente reforça. One Piece, em sua essência, trata da quebra de sistemas opressores e da conquista da liberdade absoluta. Se o clímax envolvesse apenas retribuição violenta, isso poderia desviar do ideal de libertar as pessoas de crenças limitantes.

A prisão da ignorância e do privilégio

Os Dragões Celestiais não são, intrinsecamente, seres maus; são, antes de tudo, produtos de um sistema falho. Criados em uma câmara de eco onde são ensinados que são deuses e que podem fazer o que quiserem, eles têm sua empatia destruída pelo adestramento. Eles são reféns de um estilo de vida e de ilusões que anulam qualquer senso de humanidade.

A verdadeira libertação, portanto, envolve a quebra desse ciclo vicioso. Isso implica em se libertar das ilusões que os aprisionam e de toda a estrutura que permite seus abusos. Assim, a mudança não viria apenas pelo castigo externo, mas pela transformação interna forçada pelo contato com a realidade.

O precedente de Mjosgard

Um exemplo paradigmático dessa possível redenção é a história de Mjosgard. Embora ele tenha participado de atrocidades passadas, incluindo a posse de escravos e a viagem à Ilha dos Homens-Peixe para reivindicar bens, seu isolamento de seus pares e o quase confronto com a morte o fizeram despertar para sua própria vulnerabilidade. A compaixão demonstrada pela Rainha Otohime foi o catalisador que o libertou de sua mentalidade.

Em poucas semanas, Mjosgard repudiou a escravidão, expressou remorso por suas ações e chegou a arriscar a vida para se opor a outros membros da elite. Ele não escapou das consequências de seus atos passados, mas cumpriu seu arco de personagem morrendo como alguém que buscou ativamente ser melhor. Esse caminho indica que a obra se inclina para a possibilidade de mudança, mesmo para aqueles criados no ápice da corrupção.

Outros personagens com laços com os Celestiais também demonstraram lampejos de consciência, sugerindo que a oportunidade de mudar será oferecida a todos. A dificuldade, claro, reside no quão arraigada está essa doutrinação de décadas ou séculos. Nem todos aceitarão o caminho para a libertação de sua ignorância.

Caso sejam negadas as punições extremas desejadas por alguns, é fundamental analisar a própria reação à redenção. Quando um indivíduo tenta melhorar, mas é recebido apenas com crueldade, a mentalidade que se manifesta é similar àquela que perpetuou o sofrimento inicial. O caminho da justiça em One Piece parece exigir, além da libertação do mundo, a libertação individual da sede de vingança.

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Fã de One Piece

Entusiasta dedicado da franquia One Piece com foco em análise de conteúdo e apreciação de comédia e desenvolvimento de personagens. Experiência em fóruns especializados e discussões temáticas sobre o mangá/anime.