Análise levanta questionamento sobre o legado de hashirama como primeiro hokage

A figura de Hashirama Senju, o Primeiro Hokage de Konohagakure e o lendário Shinobi das Milhares de Técnicas, é quase sempre reverenciada como o pilar da paz após o Período dos Estados Combatentes. No entanto, uma análise mais atenta sobre sua liderança e visão estratégica levanta uma hipótese controversa: a de que ele pode ter sido o menos eficaz entre todos os líderes de sua vila, sugerindo que nomes como Tobirama Senju e até mesmo Danzou Shimura teriam manejado a vila com maior pragmatismo.

O Idealismo de Hashirama e o Custo da Paz

O principal argumento contra a gestão de Hashirama reside no seu foco excessivo no idealismo e na crença na bondade inata dos outros. Sua filosofia de paz, embora nobre, frequentemente o tornou ingênuo em negociações políticas e militares cruciais. Como fundador de Konoha ao lado de Madara Uchiha, espera-se que ele tivesse uma abordagem mais cética em relação às ameaças externas e internas. Sua incapacidade de prever ou controlar as consequências de suas ações, especialmente no que tange à distribuição de Bijū aos outros Kage e a maneira como lidou com o clã Uchiha, é frequentemente vista como uma falha de liderança fundamental.

Enquanto Hashirama era inigualável em poder destrutivo e capacidade de cura, a liderança de uma nação ninja exige mais do que apenas força bruta. Exige astúcia política, visão de longo prazo sobre segurança nacional e, por vezes, a capacidade de tomar decisões difíceis e moralmente ambíguas. A paz conquistada por Hashirama, nesse contexto, pode ter sido momentânea, pavimentando o caminho para futuros conflitos institucionais, como a desconfiança que posteriormente levou ao incidente do clã Uchiha.

A Eficiência Pragmática de Tobirama e Danzou

Em contrapartida, o Segundo Hokage, Tobirama Senju, irmão de Hashirama, é frequentemente retratado como o verdadeiro estrategista por trás da estrutura de Konoha. Enquanto criticado por sua rigidez e métodos controversos, sua criação de sistemas cruciais como a Academia Ninja, a Força Policial Militar (anteriormente dominada pelos Uchiha) e um senso de vigilância constante sobre ameaças externas demonstram uma mentalidade focada na estabilidade duradoura, pautada pelo realismo político.

A colocação de Danzou Shimura em um patamar de liderança superior ao de Hashirama se apoia no seu pragmatismo extremo, defendido por alguns como a única forma de sobreviver em um mundo ninja caótico. Danzou, embora vilanizado por suas táticas sombrias e pela manipulação da Raiz, operava incessantemente para proteger a aldeia dos seus pontos cegos, muitas vezes de forma não reconhecida. Sua dedicação cega à segurança da Folha, mesmo que moralmente questionável, representa uma forma de governança que prioriza a sobrevivência acima do idealismo. Para um cenário onde o poder é a única lei, a abordagem de um líder disposto a fazer o que é necessário, como Danzou demonstrou ser, pode ser vista como mais eficaz a longo prazo do que a bondade ingênua.

A discussão sobre qual estilo de Kage seria superior reflete o eterno dilema entre o coração e a mente nas esferas de poder. Enquanto Hashirama representava a esperança de uma era sem guerra, os desafios práticos da liderança shinobi podem ter exigido a frieza tática encarnada por seu sucessor e, ironicamente, pelo sombrio líder da Raiz.