Análise narrativa sugere que obito uchiha seria um antagonista final mais impactante para naruto
Argumenta-se que a conexão pessoal profunda de Obito com Naruto e Sasuke supera a de Madara e Kaguya como clímax.
Uma reavaliação da estrutura de antagonistas no arco final de Naruto Shippuden aponta que Obito Uchiha possuía o potencial necessário para transcender seu papel de vilão intermediário e se consolidar como o confronto final definitivo da série.
A premissa central para sustentar essa tese reside na exigência narrativa de um conflito final que carregue um peso emocional e pessoal substancial para os protagonistas, Naruto Uzumaki e Sasuke Uchiha. Analistas apontam que, dos grandes vilões apresentados durante a Quarta Grande Guerra Ninja, apenas Obito possuía laços diretos e dolorosos com o elenco principal.
A lacuna do conflito pessoal
Ao contrastar Obito com os desfechos finais, Madara Uchiha e a progenitora Kaguya Ōtsutsuki são frequentemente vistos como forças históricas ou quase cósmicas. Kaguya, por ser uma entidade ancestral e alienígena, carece de qualquer contexto relacionável com os shinobis modernos. Madara, embora uma figura lendária do passado, tem sua relevância pessoal restrita a personagens da era anterior, como Hashirama Senju.
Dessa forma, o confronto com Madara e Kaguya é percebido como predominantemente focado em força bruta e escala apocalíptica, carecendo da pathos que definiu os melhores confrontos da série. Vilões anteriores como Gaara, Pain (Nagato), Orochimaru e Itachi Uchiha funcionaram tão bem porque serviram como catalisadores para o crescimento moral dos heróis. Em cada um desses casos, a batalha física era inseparável de um debate filosófico.
Lições de antagonistas anteriores
Os vilões mais bem-sucedidos forçaram Naruto e Sasuke a defenderem suas ideologias. Com Gaara, houve a lição sobre ódio e compreensão; com Pain, o ciclo do sofrimento foi debatido intensamente. Já os embates com Orochimaru e Itachi foram cruciais para a formação da identidade de Sasuke, expondo tentações e revelando verdades complexas sobre seu clã.
O texto argumentativo observa que faltou esse diálogo profundo com os antagonistas finais. Madara era condescendente com a nova geração, e Kaguya simplesmente representava uma ameaça imediata e desconectada.
As múltiplas conexões de Obito
Por outro lado, Obito Uchiha se encaixa perfeitamente no molde de antagonista com profundidade pessoal. Ele tinha vínculos diretos com os pilares da história:
- Naruto: Semelhanças de personalidade, ser aluno de Minato (pai de Naruto) e a batalha de ideologias sobre o sonho do Hokage.
- Sasuke: Seu envolvimento na história do massacre do clã Uchiha e a revelação da verdade sobre Itachi.
- Kakashi Hatake: A relação de rivalidade e cumplicidade do antigo Time Minato, centrada no trauma da morte de Rin Nohara.
A narrativa já explorou Obito como o motor do conflito emocional da guerra. Ele tentou quebrar a determinação de Naruto ao vitimar seus aliados, e suas ações foram fundamentais para moldar a jornada de Sasuke até o Akatsuki. A derrota final de Obito, canonizada pela união dos remanescentes do Konoha 11, reforça a natureza pessoal de seu fim, com Naruto desafiando diretamente a negação de seu passado como ninja de Konoha.
A continuidade da trama com a aparição de Madara e, subsequentemente, Kaguya, é vista como uma escalada desnecessária que repete o clímax de poder. O tom sugere que, ao derrotar Obito conforme ocorreu, a série poderia ter encerrado a Guerra Ninja e seguido para o duelo final entre Naruto e Sasuke, sem a interferência de antagonistas externos que diluíram o foco dramático construído ao longo de anos de desenvolvimento emocional.