Análise aponta que o universo de naruto poderia ter se expandido muito além do seu fim
Discussão aprofundada revela o potencial inexplorado do sistema de chakra, das vilas e dos clãs em Naruto.
Um exame detalhado sobre o mangá Naruto sugere que a jornada de Masashi Kishimoto terminou prematuramente, impedindo que seu vasto universo atingisse seu pico narrativo. A estrutura do mundo, rica em potencial, parece ter privilegiado o arco central dos protagonistas em detrimento de uma exploração mais ampla das possibilidades geográficas e de poder existentes.
O potencial desperdiçado do sistema de Chakra
Um dos pontos mais críticos levantados é o subaproveitamento do sistema de chakra. O conceito fundamental da obra possuía capacidade para gerar milhares de técnicas, linhagens sanguíneas únicas e jutsus inexplorados. Apesar da introdução de transformações de natureza de chakra, técnicas de selamento e jutsus proibidos, o foco recaiu desproporcionalmente sobre movimentos icônicos como o Rasengan e o Chidori, deixando vastas áreas conceituais intocadas. A complexidade inerente ao sistema de energia espiritual poderia ter sustentado um volume muito maior de desenvolvimento narrativo.
Protagonismo excessivo e personagens secundários negligenciados
A narrativa central manteve-se refém da rivalidade entre Naruto Uzumaki e Sasuke Uchiha. Embora crucial para a trama principal, essa centralização ofuscou o crescimento de diversos personagens secundários com potencial notável. Figuras como Rock Lee, Neji Hyūga, Shino Aburame e Temari viram suas trajetórias limitadas, ao contrário do que ocorreu em obras de escopo semelhante, como One Piece, onde o desenvolvimento do elenco de apoio é intrínseco à progressão da história principal.
Exploração limitada da geopolítica ninja
Apesar da existência de cinco grandes nações ninjas, a maior parte da ação concentrou-se na Vila Oculta da Folha (Konoha) ou em suas imediações. A rica tapeçaria cultural, as tradições históricas e os sistemas políticos das outras grandes vilas permaneceram em grande parte superficiais. Cada nação, como a cultura de assassinos brutais da Vila Oculta da Névoa ou a tradição de marionetes da Vila Oculta da Areia, oferecia um terreno fértil para arcos dedicados, explorando suas singularidades em combate e sociedade.
Riqueza de clãs e mistérios antigos
O universo de Naruto introduziu com grande impacto os clãs ancestrais, como os Uzumaki, Senju e Uchiha, sugerindo histórias profundas de fundação e conflitos passados. No entanto, a exploração desses legados muitas vezes se resumiu a flashbacks pontuais. Poderiam ter sido desenvolvidos arcos inteiros dedicados à história da formação das aldeias ou às guerras entre clãs, seguindo o padrão de construção de mundo detalhada vista em outras franquias de mangá, como Hunter x Hunter.
Organizações de apoio e o ritmo da narrativa
Organizações fascinantes, como a Akatsuki, os ANBU ou a Raiz, tiveram suas premissas apresentadas, mas muitos de seus membros não tiveram profundidade ideológica ou arcos de desenvolvimento completos. Além disso, o ritmo da fase final da obra é criticado por, em vez de construir tensões políticas e mistérios de longo prazo, apressar-se em grandes conflitos bélicos ou recorrer a clichês emocionais já explorados. Uma abordagem mais paciente poderia ter permitido que o mundo estabelecido amadurecesse plenamente.