A polêmica da distribuição das bestas com caudas: E se hashirama kokura tivesse centralizado o poder?

A diplomacia de paz estabelecida por Hashirama Senju, o Primeiro Hokage, é um pilar fundamental na história do universo de Naruto. Um ponto crucial dessa fundação foi a decisão de distribuir as nove bestas com caudas (Bijuu) entre as cinco grandes nações ninja, buscando um equilíbrio de poder e dissuasão mútua. Contudo, uma análise contrafactual explora o cenário oposto: e se Hashirama tivesse optado por reter todas as Bijuu exclusivamente para Konohagakure?

O monopólio do poder e a paz forçada

A premissa de Konoha centralizando todas as bestas levanta imediatamente questões sobre a natureza da paz recém-estabelecida após a Era dos Estados Combatentes. A distribuição original funcionou como um sistema de contenção, onde a posse de um arsenal nuclear shinobi impedia ataques diretos entre as nações, pois o custo da retaliação seria catastrófico para todos.

Se Konoha tivesse todas as bestas, incluindo a Nove Caudas (Kurama) e a Uma Cauda (Shukaku) entre elas, a vila seria inquestionavelmente a potência militar dominante. Isso poderia ter resultado em um período de Pax Konohana, uma paz imposta pela força esmagadora da vila, similar ao que ocorreu durante o subsequente domínio de Madara Uchiha sob o controle da Akatsuki, mas com uma legitimidade institucional maior.

Implicações geopolíticas e a reação das outras nações

A ausência de poder bélico de dissuasão nas outras quatro grandes vilas - Iwagakure, Sunagakure, Kumogakure e Kirigakure - as deixaria em uma posição de submissão ou extrema vulnerabilidade. Sem a posse de uma Bijuu, elas seriam forçadas a investir maciçamente em armamentos convencionais ou espionagem, talvez buscando alianças desesperadas contra o poder desproporcional de Konoha.

Um dos principais objetivos de Hashirama ao distribuir as bestas era evitar que qualquer nação acumulasse poder suficiente para iniciar outra guerra mundial. Manter todos os Bijus em um único local remove a premissa de balanço de poder, incentivando o ressentimento profundo nas nações marginalizadas. A história frequentemente sugere que a paz construída sobre a desigualdade extrema é, na verdade, apenas uma pausa tensa antes de um conflito maior.

O destino das Bijuu sob um único teto

Outro fator crucial é o manejo dos seres vivos. Hashirama tinha uma ligação única e empática com as Bijuu, sendo capaz de acalmá-las e negociar com elas. Contudo, a sustentabilidade desse controle sob a administração de Konoha ao longo das gerações é questionável. O primeiro Hokage viveu o suficiente para criar as fundações, mas era inevitável que o poder das bestas se tornasse alvo de ambição dentro da própria vila.

O risco de que um líder futuro, potencialmente menos nobre ou mais expansionista que os Senju iniciais, tentasse usar Kurama ou as outras bestas para fins agressivos seria imenso. A confiança depositada em Konoha seria absoluta, mas também poderia ser facilmente corrompida pela tentação de usar o poder máximo para ditar a ordem mundial, resultando, ironicamente, em um mundo mais polarizado e potencialmente mais violento quando esse monopólio fosse desafiado.

A decisão original de Hashirama, vista em retrospectiva, parece menos um ato de generosidade e mais uma jogada estratégica essencial para a sobrevivência do sistema de vilas. A simetria de poder, embora geradora de tensões, provou ser a âncora que manteve as nações separadas, mas em paz relativa por décadas após sua fundação, um tema explorado profundamente no arco narrativo de Naruto Uzumaki.