Revisão de conceito para o arco lost agent propõe revigorar o papel de chad e a profundidade do fullbring de ichigo
Uma análise detalhada explora propostas para fortalecer a dinâmica entre Ichigo e Chad, focando na permanência do Fullbring.
Uma análise aprofundada sobre o arco Lost Agent (Agente Perdido) de Bleach sugere modificações conceituais que poderiam ter maximizado o impacto do poder Fullbring e a relevância do personagem Chad (Yasutora Sado) na narrativa. Embora o arco seja reconhecido por abordar temas centrais como o estado depressivo inicial de Ichigo Kurosaki e seu reencontro com Rukia Kuchiki, ele é frequentemente criticado por não concretizar plenamente o propósito da habilidade Fullbring.
O eixo perdido: Chad e a natureza do Fullbring
A argumentação central reside na premissa de que Chad deveria ter sido o ponto focal da história, dada sua conexão intrínseca com a mecânica do Fullbring. Este poder, originado da siphoning da alma de um objeto através de fragmentos do Rei das Almas (Soul King) dentro do usuário, é impulsionado pelos desejos mais profundos do indivíduo. Enquanto o poder de um Shinigami emana da autodescoberta da própria alma, o Fullbring se manifesta externamente, externalizando desejos através de um item de apego.
O desenvolvimento de Chad, desde a Soul Society até Hueco Mundo, reflete perfeitamente este conceito. Seu poder se manifestou inicialmente como uma externalização bruta de seu desejo de proteger, materializando uma armadura ofensiva. Após desafios e derrotas, como contra Kyoraku Shunsui, e o treinamento com Urahara, seu poder evoluiu logicamente: seu braço direito se tornou um escudo, simbolizando sua vontade de defesa primária, enquanto o esquerdo manteve uma força mais bruta. Essa dualidade espelha a complexidade da alma de Ichigo.
Ichigo e Chad: O combustível sem o veículo
A proposta de reestruturação destaca o contraste estabelecido no início do arco: enquanto Chad possui seu Fullbring refinado, mas carece da força para aplicá-lo plenamente, Ichigo detém força imensa, mas perdeu seu meio de canalizá-la (os poderes de Shinigami). A metáfora apresentada é clara: Chad é um veículo sem combustível, enquanto Ichigo é combustível sem um veículo.
Por isso, o papel de Chad como mentor inicial de Ichigo no Lost Agent é crucial. É o momento em que Ichigo, esgotado de influências externas, precisa aprender a externalizar seu próprio poder voluntariamente. Ao contrário dos ganhos de poder anteriores, que foram entregues ou forçados, a recuperação no arco Xcution deve ser um ato de autoconhecimento, espelhando a jornada inicial de Chad ao definir seu desejo fundamental.
A manifestação do novo poder de Ichigo, em forma de Reiatsu em formato de manji, é vista como nebulosa. A reinterpretação sugere que este poder deveria ter se solidificado em um novo visual que incorporasse visualmente o Fullbring, talvez com Ichigo mantendo o braço esquerdo com uma forma de Fullbring aprimorada, uma extensão da sua vontade de proteger, contrastando com sua espada, a manifestação da sua identidade como Shinigami. A premissa é que Ichigo é a espada, e Chad é o escudo, e essa simbiose deveria ter sido visualmente cimentada.
Benefícios temáticos e o arco da Guerra Sangrenta
A concessão de um braço Fullbring permanente a Ichigo, mesmo que em forma parcial, serviria para dar um desfecho narrativo ao personagem Chad, elevando sua importância em batalhas cruciais como a luta contra Tsukishima. Este antagonista, que reescreve destinos, representaria o desafio psicológico perfeito para Chad, forçando-o a provar que sua força de vontade (seu escudo) é suficiente para proteger aqueles que ama, como Orihime Inoue.
Para Ichigo, manter essa dualidade de poder no Lost Agent ampliaria o drama em sua luta contra Ginjo, onde ele escolheria entre o poder recebido pela Soul Society ou sua capacidade auto-adquirida. Mais significativamente, essa estrutura prepararia o terreno para o arco final, a Thousand-Year Blood War (TYBW). A quebra do Bankai por Yhwach seria ainda mais impactante se Ichigo tivesse acabado de se acostumar com a ideia de usar sua força em duas vertentes separadas (a espada Shinigami e o Fullbring protetor). A perda total forçaria um reconhecimento mais profundo de que o poder deve vir de uma única fonte compreendida integralmente, culminando no despertar Quincy e na unificação final de suas habilidades.
A premissa dessa reavaliação foca em como uma simples alteração nas consequências do Lost Agent poderia ter corrigido a sensação de que o sacrifício dos Fullbringers e o desfecho de Chad foram soluções narrativas apressadas, integrando melhor as peças temáticas antes da grande guerra final em Bleach.