Análise teórica sugere que guts, de berserk, pode ser um mestre ascendido cumprindo um sacrifício cósmico

Uma linha de interpretação surpreendente sobre a jornada de Guts, o protagonista de Berserk, sugere que sua vida de sofrimento inimaginável não é meramente um castigo, mas sim um sacrifício deliberado realizado por um ser espiritualmente evoluído, um mestre ascendido.

Esses seres, segundo tradições esotéricas, transcendem o ciclo comum de reencarnação, alcançando planos superiores de existência. A decisão de um ser dessa magnitude de se manifestar em uma existência marcada por trauma extremo seria um ato voluntário voltado para um propósito profundo: neutralizar a força de Griffith, entendido como a personificação do mal na narrativa.

A Luta contra a Causalidade

A narrativa de Berserk é permeada pelo conceito de Causalidade, um fluxo de eventos pré-ordenado por poderes superiores que tende ao sofrimento e ao caos. Neste contexto, Guts e seus aliados funcionam como um contraponto, representando uma força propulsora inerente a todo ser vivo, análoga à Vontade descrita pelo filósofo Arthur Schopenhauer. Esta Vontade é uma energia motriz que orienta os seres em direção à resiliência e ao benefício mútuo.

A resistência de Guts a provações que destruiriam almas menores é vista como evidência de que seu espírito aceitou conscientemente essas provas. Ao suportar o fardo mais pesado, Guts molda os destinos daqueles ao seu redor, ganhando uma vantagem sobre a própria Causalidade. Este equilíbrio cósmico exige que a força oposta arque com o maior peso.

Força Além do Humano

Os feitos sobre-humanos e sua vontade indomável sempre sugeriram uma origem que transcende o mero corpo físico. A capacidade de Guts de suportar sofrimento incessante enquanto permanece firme aponta para uma potência espiritual próxima ao Monad, a unidade divina suprema nas hierarquias celestiais onde o bem puro prevalece. Esta trajetória é frequentemente comparada à de figuras redentoras como Jesus Cristo, que optou por descer à condição humana e enfrentar a crucificação para evitar uma catástrofe maior para a humanidade. Guts, nesse paralelo, encarna esse arquétipo ao enfrentar o que seria o anticristo, Griffith.

Intervenções de Seres Elevados

A teoria defende que Guts pertence a uma linhagem de mestres que guiam a evolução através da intervenção. Ele interage com figuras que ecoam essa filosofia de sacrifício intencional e elevação espiritual. O Cavaleiro da Caveira, por exemplo, é um mestre que transcendeu a mortalidade, mas permanece ligado ao reino físico para combater o mal por livre arbítrio. Suas advertências sobre a Causalidade refletem um compromisso compartilhado em manter o equilíbrio cósmico.

Outra figura notável é Flora. Sua vasta sabedoria em magia elemental e projeção astral provém de uma vida dedicada à harmonia com a vontade benévola da natureza, semelhante à força motriz de Schopenhauer. Flora sacrifica sua própria existência para auxiliar Guts, vendo-o como um agente essencial na restauração do equilíbrio.

Até mesmo seus encontros com entidades como os reis elementais demonstram a afinidade de Guts com filosofias elevadas, pois estas forças respondem à intenção pura do seu grupo, auxiliando nas batalhas contra Apóstolos. Tais interações consolidam a ideia de que muitos dos seres místicos em Berserk operam sob a égide de um serviço voluntário ao bem maior, aceitando custos pessoais para influenciar a Causalidade de forma positiva. Isso estabelece Guts como o oposto direto da natureza híbrida de apóstolos e humanos frequentemente discutida.